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Lovatinho






Amigos, hoje o dia foi incrível, um domingo que jamais esquecerei. Minha Maria pediu pra irmos a pracinha jogar bola, onde aproveitaríamos para ver os cães e gatos do Projeto Quatro Patas (hoje era o dia da adoção solidária). Antes de sairmos brinquei que voltaríamos para casa com um gurizinho, um maninho pra ela, mas Maria sabia que eu estava apenas brincando. 

Quando chegamos à praça repeti o que já havia dito enquanto íamos, que apenas olharíamos os bichinhos, que estava fora de cogitação adotar e que eu não mudaria de opinião por nada, não adiantaria ela insistir. Expliquei que os cães para adoção geralmente possuem mais de um ano, rotina e hábitos, dificultando assim a adaptação, ainda mais que moramos em apartamento. Inclusive semana passada comecei a fazer contato com proprietários de canis, buscando um bebê para comprar e presenteá-la. 

Sei que cães são como crianças, a educação deve iniciar desde pequenino. Um cão adulto seria como adotar uma criança grande, não saberíamos onde andou, as situações que vivenciou, as dores e alegrias, enfim, jamais poderíamos imaginar o universo interior desse ser. E cão ou criança, a meu ver tem o mesmo peso, são filhos. Temos que de fato estar dispostos a nos doar, a cuidar, a amar, é um ato que requer muita responsabilidade, tem que desejar de verdade.

Quando nos aproximamos dos cercadinhos onde estavam os cães, Maria já manifestou afeição por um em especial. O cãozinho estava deitadinho sobre as patas, bem quietinho, de fato era um olhar encantador, transmitia uma ternura inexplicável, senti que meu coração havia sido tocado naquele instante. 

Primeiramente achamos que era uma menina, mas era gurizinho, batizado por Lovatinho. Um rapaz, percebendo que nos sentíamos atraídos, começou a contar a história dele... Lovatinho tem aproximadamente três anos ou um pouco mais, ele era de rua, quando o encontraram estava com uma das patinhas dianteira quebrada, fratura antiga que resultou em amputação. Pelo que entendi quem o salvou foi um militar, por isso ele morava atualmente no quartel, onde era alimentado e acarinhado por todos. No entanto, por não ter uma das patinhas, não conseguia se defender e sofria agressões dos outros cães. 

Quando o rapaz falou que Lovatinho era amputado, foi automático, eu sabia que não poderia deixa-lo ali, que não conseguiria voltar para casa sem ele. Não creio no acaso, penso que tudo no universo acontece da forma mais perfeita e era a segunda vez que eu havia me apaixonado pelo mesmo cão sem saber que era o mesmo, muita coincidência. Lembrei que já havia visto Lovatinho no face do Projeto Quatro Patas e havia me apaixonado, minha Maria viu a foto e disse que não queria porque ele não poderia interagir por sua limitação, pois pela foto parecia não ter as duas patinhas dianteiras... Fiquei muito triste com a negação dela, porém a respeitei e não insisti. Mas hoje quando ela o avistou se apaixonou também, entre todos os cães que estavam lá foi Lovatinho que o Cosmos colocou na nossa vida, sem duvida alguma, ele tinha que fazer parte de nossa família. Até comentei com uma menina do projeto Quatro Patas que a sensação era indescritível, que não duvidava que Lovatinho tivesse sido meu filho em outra vida, pois por duas vezes ele veio ao nosso encontro, pela fotinho no face e hoje pessoalmente; E ambas as vezes despertando em mim o sentimento de amor, o instinto maternal. Nunca mais permitiremos que ele sofra, faremos o possível para vê-lo feliz... Estamos imensamente felizes de tê-lo junto a nós e acreditamos que ele também esteja!



Por LU SCHEFFELBAIN