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Neófitos da vida - Filhos do mesmo Todo (José Cantos)


Wagner Borges
                                           
O que tem de gente acendendo vela para o santo e ao mesmo tempo fulminando os adversários com pensamentos daninhos é uma enormidade. 

A ignorância das realidades da vida espiritual torna as pessoas ridículas em suas práticas espirituais.

Muitos querem desenvolver fenômenos incríveis, mas são medrosos e têm medo do que supostamente gostariam de ver. Querem ver o Além, mas têm medo de olhar para si próprios e verificar a quantidade de coisas ruins que moureja em seu íntimo. 

Quando alguém lhes fala de valores elevados, irritam-se facilmente. Preferem a superficialidade tão comum aos que trafegam nas vias espirituais cheios de leviandade.
O que os move no caminho espiritual são seus desejos egoístas e a ânsia por poderes psíquicos. Não querem crescer, querem poderes. 


Não almejam o amor e nem a claridade de quem galga os degraus de luz com atitudes dignas no seio do mundo comum. 

Querem ser iniciados nos arcanos espirituais, mas seus pensamentos são vulgares e suas emoções são mais mundanas do que os que nada sabem desses assuntos. São mais profanos do que os profanos comuns, pois têm o acesso ao conhecimento que liberta, mas portam-se equivocadamente em relação aos objetivos de suas buscas espirituais. São profanos de luxo! 

Exigem técnicas especiais para o desenvolvimento dos poderes psíquicos, mas não portam a paciência necessária para a colheita dos resultados. 

Não têm disciplina para perseverar e estão sempre em busca de alguma fórmula espiritual milagrosa que lhes abra as percepções ou de algum exercício infalível. 

Raramente ponderam sobre as responsabilidades inerentes a esses estudos e práticas.
Quanto maior o conhecimento, maior a responsabilidade. 


Carregam duas bolsas em suas atividades (humanas e astrais): uma na mente e a outra no coração. 

A bolsa mental está repleta de condicionamentos e arrogância. 

A bolsa do coração está lotada de mágoas e egoísmo. 

Muitas vezes, os espíritos infelizes os assediam cutucando justamente essas bolsas. Costumam agarrar-se a elas e acompanham essas pessoas, aonde elas vão.
Não precisa abrir a clarividência para ver esses espíritos e nem sair do corpo para encontrá-los. Basta olhar dentro das bolsas! 


O encontro consigo mesmo é amargo e doce. Todo iniciado nos arcanos espirituais sabe disso na prática, pois já chorou muito pisando os vários espinhos psíquicos espalhados pelas pistas de sua própria alma. Trilhou becos obscuros e trilhas perigosas em si mesmo, onde sua única lanterna era seu discernimento e seu amor pela luz. 

Munido de grande respeito pelos objetivos colimados e sempre caminhando com modéstia e responsabilidade, encontrou a GRANDE LUZ em si mesmo. Permitiu-se ser possuído por um amor transbordante. O véu de Ísis foi erguido no templo de sua alma e o manto da ilusão dissolveu-se. 

No profundo amargor de suas provas, ele percebeu a doce presença do INEFÁVEL guiando seus passos. 

Em silêncio, ele curvou a cabeça e prometeu servir aos ditames da LUZ e lutar tenazmente contra a ignorância. 

Prometeu servir a humanidade da forma que lhe for possível e ser canal da ESPIRITUALIDADE a favor do progresso de todos os seres. 

Seu grau iniciático está presente em suas atitudes diárias: é incapaz de fazer o mal a alguém. 

Seu trabalho é preciso: sabe por onde anda e como executar sua tarefa no mundo. 

Seu mestre é o AMOR. 

Sua ordem é a do BEM. 

Seu arcano é simples: trabalhar na LUZ. 

Os buscadores levianos querem os poderes, não o trabalho. O iniciado quer o trabalho, não o ego. 

Na óbvia diferença entre os objetivos dos dois fica evidenciada a qualidade da viagem espiritual de cada um. 

No cadinho da experiência, a vida fará ocorrer a grande alquimia: transformará, pelas vias das experiências diárias e comuns, os corações de ferro em corações dourados de ouro espiritual, peneirado nas areias iniciáticas da própria alma. 

Para os levianos de plantão, um recado: a ânsia pelos poderes parapsíquicos talvez revele reminiscências inconscientes de antigas experiências com magia trevosa em vidas passadas. Nesse caso, a natureza bloqueou, na vida atual, alguns desses potenciais, como forma de proteger esses incautos que geraram péssimas causas no passado. 

Só há uma forma de lidar com isso e desbloquear esses potenciais: usá-los com a nítida finalidade de amadurecimento e como expressão da alma que labuta pela melhoria de todos os seres. Fazer o BEM sem olhar a quem e munir-se de muita paciência na jornada da vida. Transformar o trevoso de ontem no radiante de hoje. 

E, acima de tudo, esvaziar as bolsas da mente e do coração e colocar, no seu lugar, o discernimento e a fraternidade em ação. 

Ninguém é perfeito e a trilha ascensional é íngreme. Mas, o esforço vale a pena! 

O prêmio não é nenhum poder ou mestrado espiritual. É apenas um estado de alegria íntima independente de circunstâncias exteriores. 

É aquele brilho nos olhos de quem trabalha dignamente. 

É aquela LUZ no coração que nada pode apagar. 

É um agradecimento contínuo ao INEFÁVEL que lhe permitiu ascensionar, mesmo em meio a tantas encrencas diárias. 

É aquela sensação de imortalidade enchendo sua consciência de confiança e esperança no melhor para todos. 

Aos iniciados de plantão, um recado: quanto mais profundo o grau iniciático, mais forte será a sensação de que se é um eterno neófito* da vida e do GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO.

PAZ E LUZ.

P.S.: Escrevi esse texto sob a orientação de um amparador extrafísico, amigo de longa data, que não quer nada ostensivo em relação à sua presença.
(Dedico esses escritos ao Pai Joaquim de Aruanda, amigo extrafísico ligado às vibrações da Umbanda, e ao sábio espiritual Boghanata, mestre de Krya Yoga que me ensinou várias práticas fora do corpo).

2 comentários:

  1. "O prêmio não é nenhum poder ou mestrado espiritual. É apenas um estado de alegria íntima independente de circunstâncias exteriores."
    Acho que é isso amiga, o que sinto em minha alma e jamais me senti uma pessoa "boazinha", pois não sou, sou sim uma pessoa que pensa, age, faz somente o que o coração manda e ainda por cima se há mesmo razão nessa ação,pois não podemos nos envolver totalmente pelo coração, pois ele se engana e muito, o próprio texto postado por você diz como são os seres que se deixam levar pela leviandade!!!
    Os bons amigos espirituais também sofrem assédios dos mal intencionados por incrível que pareça!!!
    Alguns amigos psicografaram essas situações e eu acreditei por ter sentido que realmente há verdades nesse parecer!!!
    Abraços e beijos em seu coração!!!
    Ivone poemas
    henristo.blogspot.com

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  2. Ivone, não é por acaso que sinto uma grande afinidade por ti, pois eu me vejo exatamente assim como tu te descreves! Não me sinto "boazinha", muito menos me deixo envolver facilmente... Faço somente o que meu coração manda, mas meu coração não é tôlo, a racionalidade faz parte do extinto de preservação! E com certeza, assédios ocorrem aqui e do "lado de lá", por isso nosso estado deve ser de "orai e vigiai"! Beijão pra ti, minha sábia e mais que querida amiga!

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